Saudade é o preço que o amor cobra

Minha avó é a pessoa mais amada que eu conheço. Por todo mundo que a conhecia, sem exceção. Mesmo.


Dizem que avó ama em dobro porque é mãe duas vezes, isso explica perfeitamente o tanto de gente que a chamava de “vó” mesmo sem laço sanguíneo. Se avós amam em dobro, bisavós amam o triplo e ela conheceu cinco bisnetos


Ela é tão amada porque ela tinha muito amor para espalhar. E espalhou. O amor é o legado dela para todas as pessoas que tiveram a sorte de tê-la na vida. Ela criou os filhos, mimou os netos e eu nem tenho vocabulário para tentar dizer como ela se sentia com os bisnetos. Que história bonita que ela teve, sempre tão forte e de alguma forma sem nunca perder a doçura. Ela foi amor até o fim.


Ser sua neta foi um presente. Oh vó, eu sou tão grata pela vida que você teve, pelo tempo que eu tive com você… Mas por que isso não podia durar mais um tempinho? É tão estranho acordar num mundo sem você, e olha que eu mal dormi.


Parece que está faltando um pedaço. E está. Hoje eu -e certamente minha família também- estamos dilacerados. E como poderia ser diferente, se ela nos fazia inteiros simplesmente pelo fato de existir? Mas nós vamos continuar amando como você amou, vamos contar histórias sobre você, vamos ser carinhosos como você foi, vamos ser fortes como você foi, vamos seguir preservando sua doçura até juntarmos todos os caquinhos de volta.


Eu sei que eventualmente toda essa dor vai dar lugar para a saudade, e que  eu só vou pensar nos momentos bons (e olha que foram muitos). Futuramente só haverão boas lembranças. Mas hoje não. Hoje eu vou chorar.

Herói sem capa

Dizem por aí que a medida que a gente vai crescendo, a gente vai deixando de ver nossos pais como heróis. Eu não poderia discordar mais. Quanto mais eu amadureço, mais eu percebo que o heroísmo do meu pai está ainda mais presente do que eu imaginava. Mais eu percebo a grandiosidade de tudo o que ele fez (e faz) por nossa família, e mais eu percebo detalhes que eu criança jamais perceberia. E acima de tudo: cada vez mais eu vejo como tê-lo como pai construiu quem eu sou hoje.

Quando eu era criança, meu pai me ensinou a escalar. Eu subia aquelas montanhas sem medo nenhum e hoje eu consigo racionalizar o porquê: porque eu sabia que ele estava segurando a corda e que enquanto ele tivesse comigo, eu estava segura. Até hoje meu instinto mais visceral é gritar “Paaaaaaaaaaaaaaaai!!!” Seja para perguntar o que fazer, seja para dar uma boa notícia.

Ele me ensinou também que quanto mais alto a gente sobe, mais amplo é o horizonte que se abre na nossa frente. O resultado disso é que eu sigo subindo montanhas cada vez mais altas e tenho oportunidades de ver horizontes cada vez mais fantásticos. E eu digo isso literal e metaforicamente.

Até salvar minha cachorra de bandido ele já salvou, gente. Como é que eu o chamo de qualquer coisa diferente de “herói”? Se heróis são aqueles que tem coragem para fazer o que é certo e precisa ser feito, como eu chamaria meu pai de qualquer outra coisa, se eu já o vi sair correndo para apagar incêndio? É herói sim. Ele e minha mãe formam a dupla dinâmica mais maravilhosa que eu poderia imaginar.

Ele me deu asas da mesma forma que me deu raízes, e hoje eu sei que eu não somente posso estar em qualquer lugar do mundo, mas eu sempre terei para onde voltar. Hoje é um dia que eu gostaria de voltar, nem que seja por algumas horinhas para que a gente possa aproveitar o almoço de domingo e para que eu achasse meu lugar naquele abraço que sempre me acolheu, mas mãos que sempre me seguraram, nos braços que sempre me protegeram. E segue acolhendo, segue segurando, segue protegendo. Eu sei que é lá que meu (também) coração está, e que distância geográfica é só um detalhe. Eu me orgulho que ele confie nas minhas escolhas, especialmente porque o padrão dele é alto e estar longe dói em nós três. A gente segue porque a vida segue.

Ele me ensinou que plantar é opcional, mas colher é obrigatório. E com meus acertos e erros, estou bem feliz com a minha colheita. E fico mais feliz ainda quando ouço que pareço meu pai. É um sinal de que eu escolhi um bom caminho, um bom plantio. Sinal que a raíz é forte.

Mas a lição mais importante que meu pai segue me ensinando vai muito além de ter coragem e fazer o que é certo. Todos os dias ele me ensina que amor existe para ser demonstrado. E ele me ensina isso a cada conselho, cada conversa, cada mensagem de bom dia, cada benção. Tudo tem amor. Eu não sou apenas uma pessoa protegida, eu sou uma pessoa amada, eu sou uma pessoa que ama. Em um mundo que pode ser duro, meu pai sempre me mostra que o amor deve ser preservado e distribuído. Que amor deve guiar nossas decisões e deve estar presente em tudo o que a gente faz.

Minha admiração por ele só cresce, meu amor também. Meu pai é meu herói sim. Ainda bem.

Dona Márcia e eu

Eu sou a filhinha da mamãe. Ponto. E sou a filhinha do papai também. Sinto muitíssimo por quem não é, mas eu sou. E agradeço todos os dias por isso. A saudade dói todos os dias, mas em datas comemorativas dói mil vezes mais. Em mim e neles. Mas mesmo doendo, eles são sempre os primeiros a me dizer para voar e ganhar o mundo.

Meus pais formam o casal mais unido que eu já vi: ele é doido por ela e ela é doida por ele. Por isso é difícil falar de um sem falar do outro. Mas como hoje é o segundo domingo de maio, vou focar na dona Márcia.


Existem milhares de coisas que eu amo e admiro na minha mãe. Algumas delas estão intrinsecamente relacionadas ao fato dela ser minha mãe: por exemplo, ela é umas das pessoas mais amorosas que já pisou nesse mundo. Eu sempre me senti muito amada.
Ela é minha força e minha segurança. Eu confio cegamente na sabedoria dela, não sou uma pessoa de pedir conselhos, a não ser para ela. Minha mãe acolhe meus amigos como se fossem filhos dela.


É para ela que eu ligo quando uma coisa boa acontece, é para ela que eu ligo quando preciso de colo. Eu, que tenho muita resistência em demorar fraqueza, na presença dela choro como a criança que um dia fui. Minha mãe me ensinou que ficar triste faz parte da vida, e ao mesmo tempo que ela quem enxuga minhas lágrimas, e em algum momento ela vai dizer:


-Agora é hora de se recompor e seguir em frente, a vida continua.


Ela me ensinou a nunca deixar a peteca cair, mesmo que por mil vezes quem segurou a peteca (e a onda, e a minha mão) foi ela. Se ela está do meu lado nada cai, nem a peteca, nem eu. E ela está sempre do meu lado, mesmo com um oceano de distância.


E além de tudo isso, existem outras milhares de coisas que eu admiro nela que são independentes do nosso laço sanguíneo. Independentes do gato dela ser a melhor mãe do universo (desculpa, mundo). São coisas que eu admiraria mesmo se não fossemos mãe e filha. Eu sempre fico feliz quando ouço que somos parecidas. Eu queria ser ainda mais.


Ela nunca faz nada pela metade, nunca faz nada mal feito. Se não for pra fazer direito, ela nem faz. É tudo sempre feito da melhor forma possível. Sempre. Sem exceção.


Minha mãe está sempre dois, três, mil passos a frente do mundo. Nós, meros mortais, estamos em 2023. Dona Márcia já está em 2050. A gente está indo com a farinha e ela já está voltando com o bolo (de chocolate) pronto.
Por exemplo: anos atrás ela me disse:


-Rachel, você precisa estudar francês, você vai amar estudar na França.


E eu fui, já que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. E ela estava certa, demostrando pela milésima vez que eu sempre devo escutá-la.

E tudo o que aconteceu depois deriva dessa conversa: se eu aprendi francês, fui para ficar “um ano” na a França, decidi fazer o mestrado, vim para a Bélgica… Tudo isso se resume naquele momento. Se eu estou aonde eu estou, é por causa não somente do apoio incondicional que sempre tive dela, do meu pai e da minha família, mas também por causa de uma ideia que ela plantou. A ideia de que eu poderia ser o que eu quisesse, e que eu poderia estar aonde eu quisesse. E estou, embora hoje tudo o que eu queria era estar lá.


Minha mãe é semente, é solo fértil, é água e sol. Todos os dias são dela.

Um beijo da Chiquinha

A pandemia chegou para mim já com uma voadora com os dois pés na minha nuca. Não só pela doença em si, mas porque perdi o meu avô (não por causa da COVID) logo no início de todo o caos.
Mais do que isso, perdi meu avô quando eu já estava do outro lado do oceano, e por causa do lockdown todos os vôos estavam suspensos.
Perdi uma das pessoas que eu mais amei sem a chance de me despedir. Eu queria estar junto da minha família, queria estar com quem estava sentindo a mesma dor que eu. Queria contar e ouvir as histórias dele com quem entendesse a posição de cada vírgula. Eu queria olhar para meus tios e primos procurando traços herdados do meu avô, eu queria achar esses traços em mim. Se eu não tivesse amigos aqui eu teria certamente enlouquecido.
O que eu quero dizer é que eu não tive um fechamento, a ficha demorou muito para cair. Por milhares de vezes eu pensava que quando eu voltasse ao Brasil eu poderia ver meu avô. E quando eu lembrava que ele não estaria lá, o luto me rasgava de novo como na primeira vez.
Até que uma noite eu sonhei com ele. Meu avô estava exatamente como nessa foto: saudável, forte e feliz; me abraçou enquanto me chamava de Chiquinha e disse que veio de despedir. Para os espíritas (como eu) isso foi meu avô vindo me confortar, para os mais céticos isso foi um truque do meu próprio cérebro. Honestamente, isso não me importa. Eu não vou me esmiuçar nessa questão. Só hoje eu vou deixar todo o cientificismo de lado e escolher acreditar no que me conforta.
Esse é todo o fechamento que eu preciso.

Este é um texto sobre o amor

Não quero aqui dizer a ninguém como conduzir a própria vida, quero apenas mostrar como conduzo a minha.

Cada vez mais vejo gente desacreditada do amor, orgulhosas de suas desconfianças. Sei bem que posso estar errada e que generalizações são rasas, mas na minha interpretação, isso é medo. Ninguém quer assumir o risco de se mostrar vulnerável, mas se tivermos medo do amor, vamos ter coragem de quê?

Geraçãozinha medrosa essa nossa.

Admitir afeição virou missão suicida, como se sua privação fosse uma alternativa muito boa. Um grande jogo de desinteresse entre pessoas interessadas, onde ganha aquele que aparenta se importar menos. E o grande prêmio é que ninguém aprofunda relações com ninguém e todo mundo fica na corda bamba. Que bosta de jogo é esse onde todos perdem?

Como se nesse cenário insano em que estamos não fosse necessário proteger e cultivar o amor em todas as suas formas. Ah, estou incluindo amizade aí, tá?! Crise sanitária, crise ambiental, crise política e nosso maior medo é gostar de alguém? Desculpa, mas não faz sentido.

Eu mesma não me isento totalmente desse quadro. Acho inclusive que só escrevo isso aqui como forma de dar uma bronca em mim mesma e me fazer relembrar de quem eu realmente sou.

Vejam vocês, eu passei meses em uma relação em suspense, onde preferi deixar tudo subentendido. Até que percebi que aquela não era eu e resolvi dar a cara a tapa… e doeu. Doeu, mas eu não morri. Já tive meu coração partido inúmeras vezes (sendo a última na semana passada) e sobrevivi a todas elas. Sigo me recuperando como eu sempre fiz.

Guimarães Rosa já dizia que “viver é um eterno rasgar-se e remendar-se.” Então eu me rasgo e me remendo, me quebro e me recomponho. A mim só resta continuar confiando e seguir amando os meus. Foi assim que cresci, é tudo o que eu sei e é isso o que sou. Não conseguiria ser diferente nem mesmo se tentasse.

Na minha longuíssima lista de defeitos, não consta a falta de coragem. Amar ainda é a melhor coisa que eu faço.

Percepção através do tempo

Quando eu tinha sete anos, fui com minha mãe à uma exposição da Camille Claudel. Gostei bastante, mas minha apreciação foi limitada à minha percepção infantil, nada mais natural. Vi dona Márcia se emocionando com as cartas ao Rodin e não entendia o motivo das lágrimas. Havia uma escultura específica em que eu -baixinha como era- tinha a impressão de que uma onda feita de pedra iria me engolir.


Aos 18 anos tive a oportunidade de rever a mesma exposição. As obras pareciam menores, mas dessa vez tiveram um efeito avassalador sobre mim, e ao ler as tais cartas, chorei como minha mãe havia chorado. Com meio metro a mais eu já podia olhar para a tal Onda (que hoje eu sei que é de mármore) em pé de igualdade, podia ver melhor os detalhes. Ela já não era uma ameaça, embora as três meninas esculpidas discordem, mas ainda me acelerava o coração.


Obviamente as esculturas eram as mesmas, era eu quem tinha mudado. Estava mais madura, mais sensível. Desde então, gosto de rever certas obras em fases diferentes da vida -sejam elas filmes, livros ou quadros- e avaliar quanto minha percepção mudou, o quanto eu mudei. Eu sempre descubro coisas novas ao percorrer novamente um caminho, inclusive sobre mim mesma.


Hoje, depois de 16 anos releio Dom Casmurro (graças a uma querida professora sempre preferi O Alienista) e anseio por descobrir os detalhes que deixei passar. E aí novamente fica a pergunta: traiu ou não traiu?

Reflexões no aeroporto

Já faz um tempo que eu me tornei aquela que “mora fora”.

Eu sou mineira. Bem mineira mesmo, daquelas cujo pão de queijo é religião. Eu conheço minhas raízes, as carrego no peito e me orgulho delas.

Até que meus caminhos me levaram ao Pará, aquela terra quente com as pessoas mais calorosas que já tive a honra de conhecer. Misturei “uai” com “égua”, conheci realidades que antes me eram alheias e as fiz minhas. Cresci. Mas já não morava mais tão fora, lá se tornou meu lar. Paraense faz todo mundo se sentir casa.

Há pouco que vim pra França, eu e minha mineirice com notas amazônicas novamente “morando fora”. O atributo de “estrangeira” emana de mim como uma aura que é quase palpável. E eu continuo orgulhosa, não só das minhas raízes, mas de tudo o que me construiu pelo caminho.

Cresci mais, estourei a bolha, criei laços, vivi, moro fora. Sigo trilhando meus caminhos, embora por muitas vezes eu tenha pisado sem ter certeza de que o chão era firme. Tenho ótimas histórias para contar, mas durmo em uma casa que ainda não reconheço como minha, mas ainda tenho tempo. De todos os lugares por onde passei levei algo comigo, e deixei um pedaço de mim. O preço que eu pago por isso é a sensação de que eu nunca serei inteira novamente.

Hoje sigo o clichê de que lar não é um endereço, e sim alguns nomes. Eu não chegaria em lugar nenhum sem minha família, meus amigos e meus amores. Uma pessoa que me é muito querida me disse para vir sem olhar para trás, porque é para frente que se anda. Eu pretendo seguir este conselho. No entanto, levo comigo um espelho, para ver quem me tornei e para espiar os meus lares, aqueles para quem eu sei que posso voltar.

Enquanto isso, sigo me construindo

Muito obrigada por não me violentar – ou só mais um caso da louca da problematização.

Deixem-me descrever um cenário bem comum na vida das garotas heterossexuais: uma menina e um menino se beijam, os beijos avançam, é tanta mão que parece um polvo, ambos querem (importante). A gente já sabe onde isso vai dar (pá dun ts), né?!

HOJE TEM! Antes que mais alguma coisa aconteça, o rapaz muito indulgente fala: relaxa, não vai acontecer nada que você não queira.

Uai. Ainda bem, né?! Nesse contexto aí “alguma coisa que alguém não queira” tem um nome bem específico: estupro. Na menos pior (me recuso a escrever “melhor”) das hipóteses, o nome disso é assédio. Independente de roupa, comportamento prévio ou do quanto de álcool foi tomado.
Olha, eu não sei vocês, mas se eu estiver com alguém, o mínimo que eu espero é que essa pessoa não me estupre. Isso é o básico.

Mas calma, guardem as pedras. O problema não é o cara falar isso, e sim o fato de que muitos deles esperam aplausos (ou biscoito, ou confete) por conta disso. Muito já se falou sobre homens serem ovacionados por fazerem o mínimo.

  • Trocou a fralda do filho? Homão da porra.
  • Sabe cozinhar? Homão da porra.
  • Limpa a própria sujeira? Homão da porra

A gente já está cansada de saber que o “homão da porra” é uma mulher normal.

Esperarem de nós algo como “oh querido, muito obrigada por não ser um estuprador” passa um pouco dos limites, né não?!

Mundo, melhore.
Deixo as conclusões com vocês.

(Não vou aqui me justificar pela minha escrita ou enfatizar que não estou generalizando. Eu sei que “nem todo homem…” 🙄, mas cada um sabe onde aperta. Segue o baile)

Français facile: dicas para falar com biquinho. (Igualmente útil para outros idiomas)

Há algum tempo o @levvitalk fez uma thread no twitter com dicas para aprender inglês que eu achei muito maneira. Como tem bastante gente que me pergunta sobre meu aprendizado tanto do francês quanto do alemão (que está levemente enferrujado), resolvi colocar algumas dicas aqui também. Vou focar no francês, mas todas elas podem ser facilmente adaptadas para outros idiomas.

Algumas delas são adaptações das dicas do @levvitalk, outras são coisas que eu fazia (e ainda faço). Quero deixar bem explícito que a ideia original é dele. Também é bom lembrar que eu não sou nem professora, nem linguista… E que algumas das referências para essas dicas são as vozes da minha cabeça. Dito isto, só vamo.

  1. A ideia aqui é aproximar o idioma do seu cotidiano. Então altere o idioma do seu celular e redes sociais para francês. Também é bom priorizar as buscas do Google na sua língua de interesse (alô).
  2. FALA! Fala sem medo de errar. Vergonha de falar é uma coisa que atrasa demais o aprendizado. Ninguém vai te exisgir uma pronúncia perfeitinha em uma língua estrangeira, e se exigirem, manda à merda. É legal se você puder mandar áudios para quem já fale francês.
  3. Siga/consuma conteúdos em francês. Por exemplo, você pode procurar no YouTube canais franceses que falem sobre algum assunto do seu interesse.
  4. Faça anotações, de preferência à mão. Pode ser desde sua lista de afazeres a um pequeno diário, mas escrever é importante.
  5. Ouça músicas em francês e cante acompanhando a letra. Dessa forma você treina pronúncia e ouvido ao mesmo tempo.
  6. Leia livros infantis. A linguagem será simples, a estrutura será simples e é um ótimo começo.
  7. POST-IT!!! Ao começar a aprender alemão, eu escrevia o nome dos objetos em post-it’s e saia colando pela casa. O bom disso é que a família inteira aprende, querendo ou não.
  8. Faça uso dos podcasts. Tem vários para quem quer aprender francês: Learn french by podcast, One minute french, Daily French… E certamente tem também para outros idiomas. Um dos que eu mais gosto é o News in slow french, e recentemente descobri que existe também para italiano, alemão e espanhol.
  9. Sabe os aplicativos tipo Duolingo? Na minha muito humilde opinião eles não fazem milagre, mas dá para sacrificar 15 minutinhos diários nas redes sociais para exercitar um idioma.
  10. Isso não funciona para todo o catálogo, mas nos filmes/séries europeus ou nas produções originais da Netflix tem mais opções de idiomas para áudio e legendas.
  11. Por fim, a última dica é sentar a bunda na cadeira e estudar. A ideia é acostumar o cérebro com uma nova língua, e para isso é necessário constância. Não adianta estudar sete horas hoje e só pegar o material de novo em duas semanas.

É isso e espero que seja útil para vocês.

Beijo no coração.

Morri

Por algum tempo achei que morri. Tão simples quanto parece.

Não sei precisar o momento em que dei meu último suspiro, mas foi uma morte lenta. Sem velório, sem lamentos, somente uma pessoa que aos poucos foi se apagando até deixar de existir. Eu não fiz nada para me salvar, em algum momento deixei de gostar de mim e foi mais fácil me deixar morrer porque estar na minha pele doía. Morri.

Morri e não notei minha própria morte. Fui lentamente substituída por uma versão etérea de mim, e essa versão era boa. Ria muito, fazia muitas piadas. Duas jogadas de cabelo e ela até me convenceu de que era eu.

Mas eu senti falta de mim. O resquício de otimismo da falecida Rachel pairava em mim como uma energia vestigial sussursndo timidamente que ainda havia esperança. Aí eu vi que não estava morta, só precisei sair um pouco e… acabei me perdendo pelo caminho.

Eu me perdi de mim, mas no fim das contas ainda não morri. E se saí, posso voltar. Mesmo que eu tenha andando em círculos por tanto tempo, sempre haverão caronas, caminhadas e novas rotas.

Que bom que nesse meio tempo aprendi a brigar, porque me terei de volta não importa o que isso custe. Vou me achar de novo, e quando isso acontecer vou chutar a porta e dizer: Meu nome é Rachel e este lugar é meu.

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